Esquerda Digital

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quanto mais idiota melhor??


(...) Absorvendo, degradando-se, e se deixando levar pela idiotice americana???

Elaine Berti

O público alvo da TV paga: ricos, idiotas e débeis mentais

Férias no cabo

“O catastrofismo é tanto, não só na ficção como no documentário, que os americanos devem achar uma merda este mundo no qual eles mandam”

Férias na tevê a cabo virou show de horror para débeis metais. Literalmente. Só tem filme de humor ou terror adolescente de quinta categoria e todos os harrys potters possíveis, reprisados pela 125ª vez. E com destaque!!!! Como se fosse um privilégio INIMAGINÁVEL o idiota do assinante poder assistir este lixo again and again and again. Ad nauseummmmmmmm.

Será que acabaram os adultos do planeta? Ora habitado única e exclusivamente por débeis mentais de 8 a 80 anos? É isso que imaginam (ou têm absoluta certeza) os magnatas das telecomunicações & associados provedores da América Latina via Satélite?

E tome “american way of life” – que nunca foi nem será nosso estilo – por todos os motivos óbvios, salvo para os ricos, idiotas e débeis mentais ou só os muito ricos, os muito idiotas e respectivos filhotes muitíssimo débeis mentais. Dentro destas categorias – ricos, idiotas e débeis mentais – eles são legião, ergo, suas combinações serem infinitas.

Aí acrescente-se a sessão da tarde que só joga basebol, hóquei no gelo, golfe, futebol americano – e todo o folclore em torno desses esportes alienígenas para nós, brasileiros (salvo ricos, idiotas e débeis mentais, é claro). Ah, sim, e as “team-leaders”, of course, esta uma categoria à parte, muito em moda entre nossas adolescentes ricas ou idiotas ou débeis mentais, ou os três.

E tudo por quê? Porque os americanos magnatas das telecomunicações resolveram, quanto às suas targets para o cone sul, “que não existem adultos na América Latina”. Não existem seres racionais abaixo da linha do Equador? Que humor/terror adolescente com efeitos especiais são a NOSSA PRAIA! Que hóquei no gelo, golfe, basebol e futebol americano – também com efeitos especiais, folclore específico, sem contar as “team-leaders” – são A PROGRAMAÇÃO IDEAL DE FÉRIAS para as crianças, adolescentes, jovens, pais, tios, primos, avós brasileiros/peruanos/argentinos/chilenos/ venezuelanos/bolivianos/equatorianos, e por aí vai”.

Bom. Pode ser a PRAIA DELES (unanimemente ricos, idiotas e débeis mentais), a nossa é que não é.

Quer dizer, de toda essa “gentinha, essas trezentas e tantas milhões de criaturas, este Third World sem remédio nem conserto, aliás, onde já se viu NASCER já falando português ou espanhol? A incivilização vem do berço (que berço? Essa gente nem sabe o que é isso! God damn it!). Nem parecem pertencer ao mesmo continente – a América – não têm nem estatura nem cabeça para incorporar nosso estilo. Sem contar a cor da pele, resultado desta horrenda miscigenação! Verdadeiro Third Horror! A cura pra isso? Extermínio em massa, of course. E estamos conversados."

Voltando à tevê e deixando o extermínio de lado: se salvam os desenhos animados, aliás ótimos, tipo A Era do Gelo 3 – cujo diretor é um brasileiro – Madagascar, Shrek 1,2,3,4, etc. Mas, de qualquer forma, prevalece o conteúdo alienado – avatares, magia, terror, efeitos especiais, ficção científica, fantasias calhordas, fadas, bruxos, castelos “encantados” com regras dos colégios ingleses, vida depois da morte, paranormalidade, espiritismo, vampirismo, monstrismo, satanismo, angelismo – QUALQUER COISA, desde que se fuja completamente da realidade.

Hollywood só existe a anos luz da realidade: ou existe no passado (inglês ou norte-americano, entenda-se, “uma vez que não existem outros”, tipo O Patriota, A Outra, A Duquesa, A Rainha) ou no futuro (Avatar, 2012, O dia depois de amanhã, Extinção) ou no fantástico (Harry Potter, A Saga do Anel, As Crônicas de Nárnia).

E quando falam do aqui-agora, dá-lhe hóquei no gelo ou basebol ou futebol americano ou golfe ou humor e sexo grosseiro e aborrecente do Alabama ou Ohio ou Massachussets ou Kansas ou Colorado ou Texas ou LA ou NYC. É foda.

Romance “clássico”? Experimente Amor sem escalas com George Clooney cuja festejada ocupação é demitir numa boa, “sem escalas”, pessoas de norte a sul do país. De abaixar o pau até do capeta.

Pintando em todos há décadas: soltar gazes e vomitar. Dum realismo nauseante.

O catastrofismo é tanto, vide Discovery e National Geographic, não só na ficção como no documentário, que os americanos devem achar uma merda este mundo no qual eles mandam.

Divirtam-se!

Por Márcia Denser

Nenhum comentário: