Esquerda Digital

terça-feira, 28 de junho de 2011

Para o bem da mãe Myrian Rios ela virou deputada e não babá

Para o bem da mãe Myrian Rios, ela virou deputada estadual e não babá, caso contrário creio que Myrian Rios estaria desempregada até hoje. Ou será que os moralistas cristãos que ela diz defender, a empregariam como babá para cuidar de seus filhos?

Vejamos: Myrian Rios, deputada estadual do Rio de Janeiro, atriz e missionária da comunidade Canção Nova afirmou na ALERJ: Não quero uma babá que ‘escolheu’ ser lésbica para cuidar das milhas filhas. E mais a frente no discurso (que pode ser visto/ouvido no vídeo abaixo) ela associa homossexualidade à pedofilia, fala com todas as letras e ‘se bolinar’ as minhas filhas? Detalhe, que eu saiba Myrian Rios tem apenas dois filhos do sexo masculino. Entre outras pérolas Myrian Rios diz que o PEC 23/2007 vem tirar o direito dos ‘heteros’!

Como eu gostaria de viver em um país onde o MP se preocupasse mais com Direitos Humanos e menos com a criminalização dos movimentos sociais. Certamente, Myrians Rios, e Bolsonaros tomariam mais cuidado em suas declarações detratoras e criminosas.

Aos moralistas cristãos de plantão gostaria de rememorar: Myrian Rios fez fotos nua para ensaio da revista Lui, em julho de 1978. Também na década de 1970 posou nua por duas vezes para edições da revista Ele & Ela, da Bloch Editores. Segundo o site Memória da Fama, os ensaios de nudez de Myrian Rios causaram constrangimento ao cantor Roberto Carlos (com quem Myrian Rios foi casada por uma década) fazendo o Rei comprar das editoras todos os direitos sobre as fotografias, “vedando que as fotos viessem a ser usadas novamente em qualquer publicação”. Pelo jeito não adiantaram muito os esforços de Roberto Carlos, pois algumas fotos da atual ‘missionária católica’ representando ‘o povo’ podem ser encontradas facilmente na rede. As mais pudicas aqui presentes eu encontrei no site do Terra.


Moralistas cristãos de plantão que aplaudiram as bobagens ditas por Myrian Rios, vocês a contratariam como babá?

PS. A leitora Ana Paula Guedes considera moralismo recuperar a memória das capas de Ele&Ela. Eu discordo. Embora eu considere que cada pessoa faz o que desejar do seu corpo, inclusive expô-lo para ganhar dinheiro no mercado das revistas voltadas ao público masculino. Myrian Rios, dona de seu próprio corpo, tem todo o direito de fazer esta escolha. É uma opção real decidir ser fotografada nua e cobrar por isso, diferente de ser homossexual, que é uma orientação e não uma escolha pessoal como afirma Myrian Rios em seu discurso detrator e caluniador que associa a homossexualidade à pedofilia.

Quanto a mim, destaquei as fotos, porque considero que o discurso falso-moralista e detrator de Myriam Rios não orna com a sua prática. Para os moralistas de plantão, “boas mães cristãs de família” não posam nuas em revistas masculinas, ou posam? Eu não contrataria Myrian Rios como babá não pelo seu passado, mas pelo seu presente. Não quereria ter uma pessoa preconceituosa ajudando a cuidar da minha filha.

PS2: Debatendo com a Iara, cheguei a conclusão que também preciso esclarecer o que chamo de falsos moralistas: Falsos moralistas para mim são aqueles que não seguem sequer o moralismo que pregam.

PS3: A Iara fez um post dialogando com esse que pode ser lido aqui

Extraído do blog: Maria Frô

terça-feira, 14 de junho de 2011

Um país de ricos e miseráveis

Por Raquel Júnia, para a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Mesmo sendo a 7ª economia mundial, país tem 44 milhões de pessoas pobres. Pesquisadores debatem as motivações e os efeitos possíveis do programa Brasil sem miséria, lançado pelo governo federal para acabar com a pobreza extrema

O lançamento do programa Brasil sem miséria, na semana passada, pela presidente Dilma Roussef, propõe um exercício de imaginação. "Já pensou quando acabarmos de vez com a miséria?", dizem as peças publicitárias sobre a nova estratégia governamental. As propagandas associam ainda o crescimento do país ao fim da pobreza extrema, meta que o governo pretende cumprir. São consideradas como miseráveis absolutas as pessoas que vivem com até R$ 70 reais mensais. Pelos dados divulgados pelo governo no lançamento do programa, há 16,2 milhões de pessoas nessa situação e outras 28 milhões em situação de pobreza. Pelos dados do Programa para as Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de 2010, o Brasil está entre os sete países mais desiguais do mundo, apesar de estar também entre os sete gigantes da economia mundial. Os dados mostram que as contradições e os desafios são muitos. É possível que o exercício de imaginação proposto pelo governo federal se torne realidade?

De acordo com o decreto que institui o Brasil sem miséria, o programa tem três objetivos, todos destinados à população extremamente pobre: elevar a renda per capita; ampliar o acesso aos serviços públicos; e propiciar o acesso a oportunidades de ocupação e renda, por meio de ações de inclusão produtiva. Constituem ações do programa a expansão de políticas já existentes como ‘Bolsa-família', ‘Luz para todos', ‘Rede Cegonha' e ‘Brasil Alfabetizado', entre vários outras. A inovação, segundo o governo, está ,sobretudo, no fato de que pessoas que até então não são contempladas por nenhuma dessas políticas por fazerem parte de "uma pobreza tão pobre que dificilmente é alcançada pela ação do Estado" passarão a ser, já que será feita uma busca ativa para encontrá-las. Estão previstas também ações diferenciadas para a cidade e para o campo, onde a previsão é garantir assistência técnica. "Assim, todo o país vai sair lucrando, pois cada pessoa que sai da miséria é um novo produtor, um novo consumidor e, antes de tudo, um novo brasileiro disposto a construir um novo Brasil, mais justo e mais humano", diz a apresentação do programa.

Para o economista Marcio Pochmann, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o programa é uma inovação na política social brasileira por estabelecer uma linha de pobreza para a qual foram definidas metas de atuação da política pública. Pochmann destaca que desde a redemocratização até a atualidade, os governos sempre tiveram metas para a área econômica, como metas de inflação e de superávit fiscal, mas metas para a área social como um todo ainda não haviam sido estabelecidas. "Evidentemente que cada uma das áreas em separado tem as suas próprias metas, como metas de vacinação ou de universalização da escola, mas não havia uma meta social que desse conta de uma síntese do ponto de vista da ação governamental. Essa forma de atuação da área social não permitiu, por exemplo, que nós tivéssemos uma coordenação na área social. Então, é uma inovação o estabelecimento de uma linha de pobreza e, ao mesmo tempo, o compromisso do governo de tirar as pessoas dessa condição de extremamente pobres", avalia.

O pesquisador ressalta que o programa visa atingir um número considerável de pessoas, praticamente um a cada dez brasileiros. "É o segmento que diz respeito ao núcleo duro da pobreza brasileira, de difícil acesso e que, portanto, exigirá uma maior capacidade de intervenção do governo. Nesse sentido, é fundamental as ações estarem cada vez mais articuladas do ponto de vista federal, estadual e municipal", analisa. "O Brasil, quando era a oitava economia mundial em 1980, já poderia ter superado a extrema pobreza. Não havia razão para que o Brasil tivesse extrema pobreza, a razão era política. E hoje somos a sétima economia do mundo, não há razão para termos essa quantidade expressiva de pobres. Não é que não tenha alimentos, o problema é político", completa.

Marcio Pochmann observa que a definição governamental de superar a condição de miserabilidade não quer dizer que o país chegará a uma condição na qual não haverá mais miseráveis, mas significará um avanço muito significativo nesse sentido. "Certamente haverá miseráveis pelas vulnerabilidades impostas por uma economia de mercado, mas do ponto de vista estatístico isso será residual", aposta. Para o pesquisador, países desenvolvidos mostram que, do ponto de vista estatístico, inexistem miseráveis. "São condições de ordem econômica que permitiram, por intermédio da política pública, praticamente a resolução da condição de miséria. Evidentemente que a pobreza existe, mas cada vez mais é uma pobreza relativa", diz.

Pochmann acrescenta que o modelo de desenvolvimento do Brasil é cada vez mais combinar o progresso econômico com avanço social. "Não há menção de superação do modo de produção capitalista, pelo contrário, é um aprofundamento do desenvolvimento capitalista, mas com travas de garantias de maior justiça na distribuição dos frutos do processo econômico", afirma.

Política de gotejamento

Para Virgínia Fontes, professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e da Universidade Federal Fluminense, a propaganda do governo de que todos sairão ganhando com o Brasil sem Miséria, não é mentirosa, já que há um ganho, embora muito pequeno, para os setores pobres e ganhos maiores para os setores ricos. "Isso está expresso como promessa e de fato aconteceu ao longo dos últimos oito anos, tanto na medida em que houve expansão do mercado interno, que é o mais evidente e mais imediato, mas, sobretudo, no aprofundamento da dívida interna", diz.

A professora ressalta que, mesmo diante de todas as críticas, é preciso considerar que, com o programa, há ganhos mínimos para as pessoas pobres no contexto de um país de extrema desigualdade como o Brasil. "Uma política de gotejamento como esta, que distribui gota de água para regiões muito áridas socialmente, surte algum efeito, já que é melhor ter gota d'água do que não ter água nenhuma. Do ponto de vista da redução da miséria absoluta, ele atinge alguma coisa, mas não altera as condições da desigualdade e irá continuar sem alterar essas condições". Para ela, essas mudanças mínimas não significam garantia de direitos. "É uma gota calibrada: não tem processo de reajuste, não tem compromisso com produção qualificada de trabalho socializado, tem um compromisso estritamente mínimo, que é dar uma renda minimíssima para os setores de pior condição. É melhor isso do que nada, mas isso não é um direito. A construção de direitos está bloqueada pela oferta de programas", aponta.

Com R$ 20 bilhões é possível acabar com a miséria brasileira?

Paralelamente às ações do Brasil sem miséria, o governo afirma que está montando também um completo mapa sobre a pobreza do Brasil. Pelos dados preliminares do ultimo censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2010, que embasaram a criação da proposta, aproximadamente 46% desses brasileiros extremamente pobres vivem na área rural. Além disso, 59% estão na região Nordeste e cerca de 70% dos extremamente pobres são pretos ou pardos. Os dados mostram ainda que 39,9% da população indígena do Brasil é extremamente pobre.

No lançamento do programa, foi anunciado que o montante de recursos empregados para as ações será em torno de R$ 20 bilhões anuais. Entretanto, em 2010, os recursos gastos apenas para o pagamento do Bolsa Família ficaram em torno de R$ 13 bilhões. Para Pochmann, diferentemente de outras decisões governamentais, o recurso não é o determinante dessa opção. "No passado se estabelecia um programa e se dizia: ‘vai se gastar tanto'. Em determinado momento se dizia que os recursos não seriam suficientes: ‘bom, é esse recurso que temos e infelizmente não será possível atender ao compromisso daquele programa'. Então, o recurso é que determinava a capacidade de intervenção, sem recurso não tinha ação. Hoje, o que determina a capacidade de intervenção não é o recurso, embora, claro, sem o recurso não tenha ação. Mas o determinante é o compromisso que o governo tomou. Ele diz que vai superar a pobreza extrema; se não superar, é o item em que o governo fracassou. E, então, a oposição terá mais força em seu argumento", opina.

A professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Ialê Falleiros tem uma opinião diferente sobre os recursos destinados ao programa. Para ela, o montante de recursos empregados não demonstra uma priorização dessas políticas sociais. "R$ 20 bilhões, isoladamente, parece interessante, mas quando olhamos o que é o orçamento federal, vemos que um valor muito maior do que esse é destinado para pagar a dívida pública", critica, mostrando uma reportagem do Pnud sobre o programa cujo título é ‘Brasil sem miséria e lucro para empresários'. De fato, do total do orçamento do governo federal previsto para 2011 e aprovado pelo Congresso no final de 2010 - R$ 2,07 trilhões -, R$ 678,5 bilhões serão destinados para o pagamento da dívida pública. "Então qual é o recado que esse programa quer passar do ponto de vista político, já que em termos econômicos ele é uma falácia? É o mesmo recado que os organismos internacionais vêm propondo em relação ao mundo: fazer parecer que tudo é uma coisa linda, porque todos estão engajados em colaboração, setores públicos e privados, todas as classes em sinergia em torno da proposta de colaboração para melhorar o mundo", observa.

De acordo com a professora, há uma tentativa de afastamento das visões críticas que faz parecer, por exemplo, que os pesquisadores que questionam esse tipo de política estão contra melhorar a vida das pessoas. "Não é possível ser contra beneficiar as pessoas que mais precisam, mas ao mesmo tempo, se não tivermos esse olhar ampliado para além dessa visão triunfalista do desenvolvimento, nós realmente não vamos enxergar essas nuances", pontua.

Virgína fontes lembra que no momento da posse da presidente Dilma o valor mencionado para combater a extrema pobreza girava em torno de R$ 40 bilhões, o dobro do que foi anunciado agora. "Isso indica que deve ter tido muita queda de braço entre os setores que vão ser contemplados com recursos públicos. Porque a discussão era de eventualmente chegar a R$ 40 bilhões do programa de bolsas, no sentido de avançar significativamente para uma melhoria mínima das condições de vida de praticamente toda a população brasileira. De fato, é uma melhoria mínima e é possível perceber isso pelo programa lançado agora", afirma.

Remendo

Na avaliação de Virgínia, com esse programa, o governo federal busca atualizar na retórica a luta popular que, na prática, ele tenta desmantelar. Segundo ela, o slogan principal do governo ‘País rico é país sem miséria', expressa uma contradição do modelo de produção. "Essa luta contra a miséria tem um lado ligado à própria expansão do capital internacional, da atuação do banco mundial, de uma nova filantropização. Mas também resulta de pressões e lutas de setores populares fortes. Só que, para não ter miséria nesse modelo, é preciso ser cada vez mais rico, o que significa que atacar a miséria é garantir a produção crescente da concentração da riqueza", contesta.

Destacando que o capitalismo é um modo de produção que gera crises permanentemente, ela situa o Brasil sem miséria. "Do ponto de vista da lógica das crises do capitalismo, esse programa significa um grande remendo para tapar uma parte da tragédia social que foi sendo construída ao longo dos séculos XX e XXI, com a expropriação massiva da população e a formação, pela expansão do capital, de uma massa de mão de obra gigantesca, disponível para fazer qualquer negócio. Essa massa corria o risco de derrubar tudo, então, para que não derrubem tudo e se garanta que a concentração siga de maneira mais tranquila, se faz uma política dessas. Não é uma política que reforce as condições de auto-organização da população, mas sim da burguesia", define. Entretanto, de acordo com a pesquisadora, existe a possibilidade de o programa desencadear também processos de contestação. "Imaginando que ele dê completamente certo, essa população, até porque consegue respirar, pode reaprender a gritar e a gritar em novo tom", diz.

Fonte: Caros Amigos

domingo, 12 de junho de 2011

Perguntas de um Operário que Lê


Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilònia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sòzinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

...

Bertolt Brecht

Comitê da ONU em Genebra elogia trabalho social de Cuba


Cuba foi reconhecida pelo Comitê dos Direitos da Criança durante uma jornada dedicada ao tema da infância, onde foi elogiada pelos seus avanços em diversas esferas sociais.

Na 57ª sessão do CRC (por suas siglas em inglês), coube a uma delegação cubana, presidida pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Abelardo Moreno, apresentar o relatório do cumprimento da Convenção da Infância.

Como é habitual neste exercício vinculado com o gabinete da Alta Comissionada dos Direitos Humanos das Nações Unidas, os 18 especialistas que integram o CRC fizeram numerosas perguntas num animado debate interativo.

Em sentido geral, houve coincidência nas apreciações do negativo impacto do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba para a aplicação de alguns programas favoráveis às crianças e adolescentes.

Entre eles, a maior utilização da internet, no entendido de que não tem sido possível incrementar seu desenvolvimento ante medidas coercitivas que impossibilitam ampliar a banda larga com empresas norte-americanas ou suas associadas.

Especialistas de Gana, Peru, Uganda e Espanha, fundamentalmente, junto ao relator e ao presidente do CRC, o suíço Jean Zermatten, elogiaram os progressos cubanos nos setores da saúde, educação, esportes e cultura.

Além disso, avaliaram a positiva contribuição dos médicos e educadores cubanos não só a suas crianças, mas também a numerosos países onde colaboram com admirável sentido humanitário.

Fonte: Vermelho
Extraído do blog: Cidadã do Mundo

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Governo Alckmin: mesmo com excesso de arrecadação não concede reajuste salarial

Mentiroso e salafrário
Imprensa PT

Alheio ao caos que 2,4 milhões de passageiros por dia da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - estão vivendo devido a greve dos trabalhadores da companhia e aos milhares de alunos das ETECs e FATECs em todo o Estado que estão sem aula, pela paralisação dos professores e funcionários destas instituições, o governo Alckmin não faz uma negociação que reponha, minimamente, as perdas salariais destas categorias, apesar do excesso de arrecadação de mais de R$ 1,5 bilhão atingido no primeiro quadrimestre do ano pelo governo do Estado.

A previsão é de que, até o final do ano, sejam arrecadados R$ 5 bilhões a mais que o previsto no Orçamento de 2011.
"Os trabalhadores reivindicam reposição de perdas salarias, mas o governador Alckmin segue a política atinga do PSDB que é a de arrochar salários", ressalta o líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto.
Nas escolas e faculdades de tecnologia, os professores estão parados desde 13 de maio e no último dia 25, em audiência pública, na Assembleia Legislativa, representantes do Sinteps denunciaram que os salários dos professores das escolas técnicas de São Paulo são os menores do país - o vale refeição é de apenas R$ 4,00 por dia, e já acumulam um perda salarial de 58%. No entanto, o governo Alckmin ofereceu, a partir de julho, o reajuste de 11%.
Também a pauta de reivindicações dos ferroviários é para reposição salarial com base no período de janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, pelo maior índice (entre INPC, IBGE, IPC-Fipe e ICV-Dieese), aumento real de 5% e mudanças no plano de cargos e salários. A data-base é 1º de março e, de acordo com o sindicato da categoria, a CPTM propôs reajuste de apenas 3,25%.

Lei de Responsabilidade Fiscal
Os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal do próprio governo paulista, disponível no site da secretaria da Fazenda, apontam que o Executivo estadual, nos primeiros quatro meses de 2010, gastou apenas 38,8% da receita corrente líquida com pessoal, ou seja, o valor de R$ 39,6 bilhões. Segundo a lei de Responsabilidade Fiscal, o governo poderia gastar no mínimo R$ 47,8 bilhões, ou seja, tem uma folga de mais de R$ 8,2 bilhões para gastar com pessoal.
Vale ressaltar que de 2005 a 2010, a receita do Estado de São Paulo teve um salto de 126%, pulando de R$ 65,7 bilhões para R$ 149 bilhões, um crescimento de 126%, contra uma inflação no período de 35% pelo IPCA. Ou seja, a receita cresceu na margem real de 69%. De 2009 até 2010, o crescimento foi de 13%. Além disto, o governo paulista arrecadou a mais do que previa no orçamento a quantia de R$ 46,8 bilhões.

Extraído do Blog do Cappacete

Não tem insanidade mental, só é louca por dinheiro

Promotora do Mensalão do DEM não rasga nota de R$ 100, pelo contrário, tem um monte delas.
A Corte Especial do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1º Região (Brasília) decidiu nesta quinta-feira que a promotora Deborah Guerner, envolvida no mensalão do DEM, não tem insanidade mental, como alega a defesa.
Em sessão fechada, os juízes federais de segunda instância decidiram por unanimidade que ela responderá à denúncia de participação no esquema como ré comum, sem os benefícios pretendidos pelos advogados da promotora.
Deborah Guerner tem o direito de ser julgada pela Corte Especial do TRF, que reúne todos os magistrados, por conta do foro privilegiado de ser promotora.
No dia 20 de abril, ela foi presa pela Polícia Federal, em Brasília, sob a acusação, entre outras, de ter tomado aulas para simular problemas mentais.
O Ministério Público Federal suspeita que a promotora comprou atestados médicos falsos e foi treinada para simular problemas mentais, o que baseou o pedido inicial de prisão.
O propósito seria o de atrapalhar as investigações que ela enfrenta desde 2009 por suposto envolvimento com o escândalo do mensalão do DEM.
Oito dias depois, ela foi solta por decisão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Napoleão Nunes Maia Filho.
A promotora é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, delator do esquema. A defesa nega participação no esquema e diz que os atestados de insanidade apresentados não atrapalham as investigações.

Com Folha OnLine

Pepinada


Por Anabela Fino

A crise geral do capitalismo que nos tocou em sorte viver mergulhou a União Europeia numa tragédia grega – expressão usada amiúde para designar um acontecimento doloroso, catastrófico, acompanhado de muitas vítimas – que para mal dos nossos pecados, como soe dizer-se, parece estar ainda longe da catarse, isto é, a purgação das emoções dos espectadores que somos todos. Dito de outra forma, o drama colectivo a que assistimos ainda não se transformou no remédio da alma que há-de levar ao desenlace libertador.

E no entanto a trama adensa-se a cada momento e os sinais multiplicam-se, tantos e tão diversificados que se torna difícil não dar por eles. Da Grécia propriamente dita a Portugal, da Itália à Grã-Bretanha, da Espanha à poderosa Alemanha, sucedem-se todos os dias os pequenos e grandes casos desta tragédia anunciada em vários actos.

A «insolvência» grega já não faz manchetes; a necessidade do debate sobre a renegociação das dívidas e o futuro do euro, avançada pelos comunistas e convenientemente ignorada pelos média dominantes, deixou de ser tabu e entrou na ordem do dia; Balsemão entrou na campanha do PSD como um paladino da liberdade e da democracia, falando do «esquerdismo tardio» de Portas e do «conservadorismo serôdio» de Sócrates, poucos dias depois de ter ameaçado os trabalhadores da SIC com as novas regras de despedimento da troika caso não adiram ao programa de «rescisões amigáveis« apresentado pela administração; Soares diz que «não é tempo de deixar cair» Sócrates, o tal do «Estado social», numa altura em que o País fica a saber – pelos dados oficiais – que em Portugal há 126 mil jovens desempregados, dos quais apenas 10,8 mil recebem subsídio de desemprego (8,6%), e que no mês de Abril a taxa de desemprego já atingia os 12,6%, um ponto acima da média da União Europeia (9,4%) e da Zona Euro (9,9 %).

Da Grã-Bretanha, onde os planos de austeridade draconianos rivalizam com o aumento das grandes fortunas – as mil pessoas mais ricas viram o seu pecúlio crescer 18% em 2010, o que significa que detêm agora soma colossal de 594 mil milhões de euros – chega a notícia de que um em cada quatro alunos residentes em Londres é quase analfabeto funcional quando deixa o ensino primário, que cinco por cento dos adultos ingleses têm um nível de alfabetização equivalente a uma criança de sete anos ou menos de idade, e que uma em cada três crianças residentes em Londres não tem em casa qualquer livro.

Já da Alemanha, onde a senhora Merkel perde eleições na proporção directa do aumento da sua arrogância face aos parceiros europeus, chegou esta semana o caso dos pepinos infectados. Que a culpa era dos espanhóis, apressaram-se a dizer – com aquela convicção de que dos PIGS (Portugal, Itália, Grécia e Espanha, na sigla inglesa) só se pode esperar desgraças – antes de os factos demonstraram que afinal a bactéria assassina Escherichia coli tem provável origem germânica. Não fora o trágico rasto de morte que a bactéria está a provocar e bem se podia pensar que estávamos perante uma nova alegoria encarnada pela «frau» E.coli: o futuro do capitalismo, por mais que se adube, só pode ser o da própria destruição.

Fonte: Avante

Extraído do blog: Cidadã do Mundo