Esquerda Digital

sábado, 28 de maio de 2011

PSDB é flagrado armando contra o PT em Campinas


Escutas no Caso Sanasa envolvem políticos do PSDB - Edson Aparecido é o atual Secretário de Desenvolvimento Metropolitano do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e foi eleito deputado em 2010; ele e outros dois tucanos foram citados em escutas do GaecoEscutas telefônicas feitas pelo Ministério Público com autorização da Justiça sugerem que empresas que atuavam no suposto esquema de fraudes em contratos da Sanasa contavam com ajuda de políticos, pelo menos um deles ligado ao PSDB paulista, para defender seus interesses e de investigados no caso envolvendo contratos com a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

Consta no relatório do Gaeco que as interceptações de conversas do empresário Luiz Arnaldo Mayer, dono da Saenge, uma empresa do setor de saneamento, “deixam muito evidente que as questões de suas contratações públicas estão intimamente ligados a contatos e relacionamentos políticos, exatamente nos mesmos moldes de atuação de José Carlos Cepera, que inclusive é mencionado nas conversas”.

Cepera é o empresário que deu início a toda operação que na semana passada levou à prisão 11 pessoas e implodiu o núcleo de governo do prefeito Helio de Oliveira Santos (PDT). Ele é acusado pelo MP de ter empresas usadas para fraudar licitações e desviar recursos públicos pagando propina a agentes públicos e superfaturando contratos.

Mayer, segundo as apurações do Gaeco, atuaria nos mesmos moldes que ele, no ramo de água e esgoto, e com relações com Cepera.
Há contratos da Sanasa, no grupo supostamente liderado pela primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, mas também na Sabesp. Para o MP, os indicativos de fraude e corrupção são claros. “Sendo necessário destacar que não é a primeira vez que há menção de irregularidades em contratos públicos da Sabesp”, anota o MP.

Diálogos

Nas sete páginas em que trata do assunto, uma das transcrições, de uma conversa de Mayer com um suposto vereador, é relatada “uma tragédia ocorrida na Câmara”. O homem não identificado disse que não teria sido realizada a votação de interesse do empresário em razão da ação do presidente, o qual teria impedido as votações em virtude de discussão de secretárias.

O diálogo ocorreu em 11 de abril. Mayer pergunta então “quem estava intercedendo nos negócios do Cepera, ao que foi respondido que Edson Aparecido, Trípoli e o próprio Lobo”.

Aparecido é o atual Secretário de Desenvolvimento Metropolitano do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e foi eleito deputado em 2010.
Não há referência sobre os outros nomes dos demais citados, mas a família Trípoli tem no Legislativo dois representantes: o deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e o vereador paulistano Roberto Trípoli (PV). Lobo é o sobrenome do ex-coordenador das campanhas de José Serra e presidente do PSDB de São Paulo. Os três negaram conhecer o empresário e a Sanege. Afirmaram nunca ter feito pedidos em nome da firma.

Fonte: RAC

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Preconceito contra homossexuais diminui com escolaridade maior

Por: Amanda Cieglinski, da Agência Brasil

Brasília – A escolaridade é um dos fatores que mais influenciam o nível de preconceito da população em relação a homossexuais: quanto mais anos de estudo, maior é a aceitação do indivíduo em relação à diversidade sexual. É o que aponta pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo e coordenada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Gustavo Venturi. O estudo, com 2 mil entrevistados em 150 municípios, foi feito em 2009 e transformado em um livro que será lançado em junho.

A pesquisa identificou que um em cada quatro brasileiros é homofóbico. Foram considerados homofóbicos aqueles que têm tendência – forte ou fraca - em transformar o preconceito que sentem em relação a esse público em atitudes discriminatórias. Esse perfil foi detectado a partir da resposta dada aos participantes a perguntas como "homossexuais são quase sempre promíscuos", "homossexualidade é safadeza" ou "a homossexualidade é uma doença que precisa ser tratada".

Cruzando as respostas obtidas com as características da amostra, foi possível detectar, por exemplo, que mulheres são menos homofóbicas (20%) do que os homens (30%) e que a variação de renda não tem grande impacto nesse comportamento. Já a escolaridade é um dos fatores com mais peso: enquanto entre os que nunca frequentaram a escola o índice de homofóbicos é 52%, no nível superior é apenas 10%.

"Esse efeito não é porque o assunto [a homossexualidade] esteja nos programas pedagógicos. Se estivesse, o efeito seria maior. Mas o simples fato da convivência com a diversidade nas escolas faz com que isso se reflita em taxas menores", explica Gustavo Venturi.

A pesquisa também entrevistou cerca de 500 homossexuais para investigar de que forma eles são vítimas de preconceito. Metade (53%) já se sentiu discriminada e os colegas de escola aparecem como segundo autor mais frequente dessa prática, depois de familiares. Quando perguntados sobre a primeira vez em que foram discriminados, a resposta mais frequente é "na escola".

"Há uma tolerância na sociedade com a discriminação de LGBTs [lésbicas, gays, bissexuais e travestis], ela se sente mais à vontade para falar que não gosta, diferente do que acontece com os negros", compara o pesquisador ao lembrar que estudos feitos pela Fundação Perseu Abramo sobre preconceito contra outras minorias apontaram taxas menores de discriminação.

A religião também influencia na aceitação da população LGBT. Entre os evangélicos, 31% têm tendência a comportamentos homofóbicos, contra 24% dos católicos, 15% dos praticantes do candomblé e 10% dos kardecistas. Além do acesso à informação e da frequência à escola, Venturi aponta como estratégia importante para o combate à homofobia uma legsilação específica que coiba esse comportamento, como já existe com o racismo.

"Quando a legislação vem, já reflete uma maturidade da sociedade. Depois, ela vai atuar de forma preventiva entre aqueles mais resistentes. Mesmo que digam que a pessoa não vai mudar seu pensamento, ela só vai se preocupar em não ser punida, isso do ponto de vista da reprodução do preconceito é importante. Para ser reproduzido, o preconceito precisa ser dito e se você diminui os espaços sociais para que isso ocorra ele vai ter uma reprodução menor e tende a diminuir", diz.

Fonte: Rede Brasil Atual

Funcionário do ex-secretário de José Serra, acessou sigilo fiscal de Palocci nas vésperas da Folha publicar dossiê

No dia 5 de maio um funcionário da Secretaria das Finanças da Prefeitura de São Paulo, acessou as contas de Palocci, para extornar um imposto cobrado a mais, diz o jornalista Luiz Nassif.

Dez dias depois o jornal Folha de São Paulo publicou o dossiê Palocci.

O secretário municipal de Finanças é Mauro Ricardo, muito ligado a José Serra (PSDB/SP). Ele foi secretário estadual de fazenda quando Serra era governador. Após a posse de Alckmin, Mauro Ricardo foi para a Prefeitura, comandada por Kassab, por indicação de Serra.

Independente de Palocci estar tendo que explicar a licitude de sua variação patrimonial, é grande a probabilidade de ter havido o uso ilegal de cargos públicos pela turma de Serra para espionagem política, violando informações guardadas por sigilo fiscal.

José Serra angariou a fama de ser aficcionado por colecionar dossiês contra adversários políticos.

Por Zé Augusto

A presidenta Dilma concede entrevista coletiva no Palácio do Planalto


A presidenta Dilma Rousseff concedeu nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, uma entrevista coletiva e tratou de temas que têm sido destaques no noticiário nos últimos dias.

Dilma reiterou que o Brasil tem condições de combinar o fato de ser uma potência agrícola com o potencial ambiental que possui. A presidenta foi firme ao dizer que “o desmatamento não pode ser anistiado”.

Sobre a polêmica acerca do material distribuído pelo Ministério da Educação que aborda o combate à homofobia, Dilma afirmou que “não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais” e disse que não se deve interferir na vida privada das pessoas. A presidenta destacou, no entanto, que o governo defende a luta contra práticas homofóbicas.

Dilma lamentou a politização no uso de informações contra o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Sobre o caso, ela assegurou que o ministro dará todas as explicações necessárias, nos próximos dias, aos órgãos de controle.

Veja a entrevista completa

Michael Jackson

E não é que o Michael Jackson chegou a fazer alguma coisa que preste!
O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido, que não foi nem "Billie Jean", nem "Beat it", e sim a ecológica "Earth Song", de 1996. A letra fala de desmatamento, sobre pesca e poluição, e, por um pequeno detalhe, talvez você nunca terá a oportunidade de assistir na televisão.
O Detalhe: "Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clipe.
Vejam, então, o que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson.
Filmado na África, Amazônia, Croácia e Nova York.
Vi no Jean Scharlau

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pesadelo ( 1974)


Quando o muro separa uma ponte une 
Se a vingança encara o remorso pune 
Você vem me agarra, alguém vem me solta 
Você vai na marra, ela um dia volta 
E se a força é tua ela um dia é nossa 
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando 
Que medo você tem de nós, olha aí 
Você corta um verso, eu escrevo outro 
Você me prende vivo, eu escapo morto 
De repente olha eu de novo 
Perturbando a paz, exigindo troco 
Vamos por aí eu e meu cachorro 
Olha um verso, olha o outro 
Olha o velho, olha o moço chegando 
Que medo você tem de nós, olha aí 
O muro caiu, olha a ponte 
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte                  
Abraça o dia de amanhã, olha aí

A comuna de Paris contada em imagens

Em homenagem aos 140 anos da Comuna, a Caros Amigos publica ilustrações do Grupo John Reed, de Nova York, que remontam a história do movimento. No Brasil, atividades em diversas cidades celebram a data.


No verão de 1870, a burguesia francesa conclamou seu país para uma guerra com a Prússia. O governo e líderes do exército eram corruptos.

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Houve uma série de derrotas. Finalmente, em setembro, 80.000 homens mal treinados e equipados foram jogados contra a potente máquina de guerra prussiana. Os franceses foram cercados e derrotados. Napoleão III, e quase metade de seu exército foi capturado, bem como as tropas de Paris, e os prussianos invadiram a capital.

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Mas, os cidadãos de Paris organizaram uma Guarda Nacional. Eles já sentiam a falta de alimentos: longas filas de famintos esperavam por pão às portas das padarias. Mas, os cidadãos conquistaram vários canhões para defenderem-se dos prussianos e os colocaram nas fronteiras de Paris.

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Neste movimento, os ricos viram um perigo para eles, não menor que para os prussianos. As massas foram despertadas por um fervor revolucionário: as armas poderiam ser utilizadas tão facilmente contra o inimigo prussiano quanto contra a burguesia. O governo francês ordenou a captura dos canhões. O alarme foi dado: todos os trabalhadores da cidade, tanto as mulheres quanto os homens, saíram em sua defesa. E as tropas do governo se confraternizaram com os defensores.

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Em 18 de março a Comuna foi proclamada. O Governo retirou-se com suas tropas para Versalhes, temendo o contágio com a Guarda Nacional rebelada. Os communards permitiram a partida das tropas, do governo e dos ricos, embora as tropas pudessem ter sido conquistadas e a riqueza da cidade pudesse ter sido mantida como refém da garantia de paz.

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A cidade, organizados em distritos e arredores, foi liderada por grupos de Communards - homens e mulheres, trabalhadores e intelectuais - que eram, como afirmou Lênin, criadores de "um novo tipo de Estado – O Estado dos Trabalhadores".

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E nas ruas a multidão se levantou para ler as proclamações desse novo Estado:
· separação da Igreja;
· nenhuma noite mais de trabalho nas padarias;
· nenhum imposto para os pobres;
· a prisão de sacerdotes;
· a reabertura de fábricas abandonadas;
· a abolição de multas contra os trabalhadores.

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Entretanto, em Versalhes, Thiers e seu governo reacionário, auxiliados por agentes da Prússia, planejaram um ataque à Comuna de Paris.

Milhares de soldados franceses capturados foram libertados e armados para o ataque já aguardado pelos communards.

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Barricadas foram levantadas nas ruas. Homens e mulheres trabalharam juntos para a sua construção e manutenção. Mas a cidade inteira não poderia ser assegurada. O burguês que permaneceu em Paris comunicava a Versalhes os lugares que estavam mais vulneráveis, e entre os dias 22 e 28 de maio, os soldados entraram pelos limites indefesos, com batalhas de uma semana sangrenta.

Os communards lutaram bravamente, numa última cartada em uma pequena seção de Paris. Cada pavimento era um campo de batalha, cada casa uma fortaleza. Desgastados e exaustos, os communards recuaram diante do avanço que não poupou nem a mulher nem a criança.

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Ainda lutando entre as ruínas incendiadas da cidade, eles foram capturados. Milhares foram mortos no local onde foram encontrados, milhares de outros - crianças, idosos e doentes - foram conduzidos a lugares abertos para serem fuzilados.

Cada destacamento de tropas de Versalhes era um grupo enlouquecido de carrascos que assassinou cada suspeito de simpatizante dos communards.

A Comuna deveria ser afogada em seu próprio sangue.

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E muitos ricos que retornaram à Paris foram para as calçadas assistir àquele horrível desfile e comemorar a sua vitória.

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O terror do governo não conhecia limites. No Cemitério Pere Lachaise e em dezenas de outros pontos, milhares de communards foram reunidos e fuzilados. General Gallifet, o “açougueiro”, ordenou que as tropas disparassem na multidão contra os muros. Os cadáveres eram jogados junto com aos feridos e sobreviventes. Uma parte do "Muro dos communards" ainda está de pé, e os rostos esculpidos que espiam de que são ao mesmo tempo um desafio ao domínio capitalista e um monumento aos mártires da Comuna.

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Em uma semana 40 mil trabalhadores foram assassinados. Em seguida, os communards que sobreviveram foram reunidos e submetidos a falsos julgamentos. Foram todos considerados culpados, executados ou enviados para as colônias tropicais.

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Lá, eles foram forçados a realizar o mais terrível trabalho escravo. Eles tinham ajudado a fundar o primeiro governo dos trabalhadores, e, como vingança, a burguesia vitoriosa os enviou para morrer com o excesso de trabalho e doenças, sob o domínio das tropas francesas no exterior.

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Com o maior cuidado e compreensão de Karl Marx tinha seguido o destino da Comuna. Imediatamente após sua queda, ele falou aos trabalhadores do mundo sobre as lições da sua ascensão e queda.

«Trabalhadores de Paris, disse ele, a sua Comuna será para sempre celebrada como o arauto glorioso de uma nova sociedade».

18 de março, aniversário da Comuna de Paris, é um dos marcos do avanço da classe trabalhadora. Desde 1871, tem sido um dia de celebração e de re-dedicação dos trabalhadores em cada país.

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A Comuna vive novamente!

Em outubro de 1917, 46 anos depois da Comuna de Paris, os operários da Rússia sob a liderança do Partido Bolchevique e de Lênin, decidiram pela criação do "Estado Permanente dos Trabalhadores”. Estes Communards russos, dirigidos a partir de Smolny por Lênin – com comitês dos trabalhadores, das fábricas, dos soldados e marinheiros que se juntaram à revolução proletária - derrotaram o governo burguês, sob o lema: "Todo o poder aos sovietes".

"A Comuna de Paris", disse Lênin, "foi o primeiro passo." A sociedade socialista a ser construída na União Soviética é o primeiro passo da marcha para a criação de uma Comuna Proletária Mundial.


* Fonte: International Publishers, Panfletos Internacional n º 12, publicado pelo Clube John Reed, uma organização revolucionária de escritores e artistas em Nova York. Terceira edição, 1934.

* Tradução: Beatriz Campos / Produção e revisão: Cecilia Luedemann

José Reinaldo: Comunicação do PCdoB deve travar a Luta de ideais

Após a realização do Encontro Nacional de Comunicação do PCdoB, promovido entre os dias 2 e 3 de abril, em São Paulo, o secretário Nacional de Comunicação do partido e editor do Vermelho, José Reinaldo Carvalho, iniciou uma série de visitas aos estados para difundir e coletivizar as decisões do encontro.

Por Mariana Viel

Segundo o secretário, o partido passa por um importante processo de estruturação interna de sua militância, vai desde as direções estaduais aos escalões de base. Dentro deste processo de estruturação partidária, a apresentação das questões da comunicação tem grande importância. “As questões da comunicação estão diretamente relacionadas às questões ideológicas e políticas do partido”, explica Carvalho.

Os encontros estaduais — que reúnem secretários de comunicação, dirigentes, parlamentares e militantes — já foram realizados em Florianópolis (SC) e em Belo Horizonte (MG). Também estão agendadas reuniões no Rio de Janeiro, Bahia, Roraima. Até setembro deste ano, todos estados brasileiros recebem a visita de membros da Secretaria Nacional de Comunicação. A meta é concluir as visitas antes do início das conferências estaduais e municipais do PCdoB.

A principal função dos encontros com os estados é implementar as resoluções do encontro nacional. Elas incluem: ganhar as direções partidárias para o caráter estratégico da luta de ideias e para que essa luta seja feita a partir da defesa da identidade comunista do partido e do seu objetivo socialista; difundir em larga escala as ideias do programa do partido; popularizar e massificar os veículos de comunicação do partido (Portal Vermelho e Classe Operária) e preparar as direções partidárias nos estados para enfrentar a tarefa de, duas vezes por ano, produzir programas de rádio e televisão, que é o que permite a difusão das ideias do partido para milhões de pessoas.

“Além disso, também faz parte das nossas preocupações desencadear um movimento nacional de debate direto com os militantes, seguidores e simpatizantes do partido. É preciso que as direções estaduais e municipais realizem, constantemente, debates e conferências em que os dirigentes partidários de maneira geral – e não apenas aqueles que estão ligados à comunicação – possam discutir com público variados as ideias do partido. Finalmente, também devemos manter nossos militantes permanentemente ativos através das redes sociais e das novas tecnologias de comunicação de massa”.

Estruturação partidária e comunicação

O atual processo de estruturação partidária dá ainda mais visibilidade à Secretaria Comunicação, que atua como porta-voz do PCdoB no sentido de difundir suas posições e opiniões — sejam elas conjunturais ou de projeção mais estratégica. “Vivemos uma situação política muito dinâmica que exige um posicionamento cotidiano do partido. Constantemente o partido é chamado a opinar sobre os temas internacionais, sobre as questões da política nacional e das lutas parlamentar, eleitoral e social. De modo que, se a comunicação não estiver muito azeitada, a opinião pública não vai conhecer nossas opiniões”.

Ao mesmo tempo, a comunicação faz parte de um sistema de organização do partido voltado para a luta de ideias. “O PCdoB é um partido diferente dos demais exatamente pelo seu caráter comunista, que determina sua missão histórica, e de classe, porque ele pretende ser o porta-bandeira dos anseios dos trabalhadores. O partido também tem um programa claro de luta pelo socialismo, que exige uma intensa luta política e social de classes. Dessa maneira, tarefas tão abrangentes quanto as que tem um partido comunista só podem ser bem cumpridas no marco da luta de ideias”.

O secretário exemplifica que na última segunda-feira (23), o Vermelho publicou um editorial sobre a derrota eleitoral sofrida pelo Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), que perdeu as eleições para o Partido Popular (PP). Apesar do nome, o PP representa atualmente as forças mais reacionárias da sociedade espanhola e europeia. Diante de uma situação como essa, explica José Reinaldo, o partido comunista deve analisar qual é o papel da social democracia.

“Há claramente uma luta de ideias entre os partidos comunistas e os partidos sociais-democratas, que pregam a conciliação de classes, a acomodação de interesses entre a burguesia e o proletariado e entre o imperialismo e os povos. Sua função na luta política é afastar qualquer perspectiva revolucionária e de conquista do verdadeiro socialismo. Então, um partido comunista precisa travar a luta de ideias com forças como essas. As mesmas ideias do partido socialista espanhol são esposadas por todos os partidos sociais-democratas do mundo. O Brasil também apresenta essas mesmas correntes que se dispõem a acomodar os interesses do proletariado no capitalismo”.

Ele ressalta que a social-democracia também se encarrega politicamente de administrar os negócios da burguesia e do imperialismo. Quando estão fora do poder, os sociais-democratas fazem a crítica à gestão da direita, mas quando são eleitos promovem as mesmas políticas de direita, com algumas tinturas democráticas, de diálogo e de participação social. “É preciso denunciar essas forças políticas que, se apresentando como de esquerda, fazem a política que convém à direita, ao capital financeiro internacional e ao imperialismo. Isso demonstra a importância de um partido comunista travar a luta de ideias. É através dela que você educa os trabalhadores, eleva a consciência política e coloca uma perspectiva histórica mais abrangente para mostrar que a dimensão da nossa luta não é meramente conjuntural e eleitoral. É uma dimensão muito mais ampla porque diz respeito a todo um processo de transformação política e social que é no fundo um processo revolucionário”.

Conferências

Realizadas a cada dois anos, as conferências municipais e estaduais têm uma importância estratégica na vida do PCdoB. Além de discutirem todo o plano de atividade do partido nos estados e nos municípios, as conferências devem elaborar planos de ação viáveis a cada realidade e eleger as novas direções. “É um momento de grande renovação, promoção, responsabilização, elevação do nível de compromisso e de mobilização dos quadros partidários com as tarefas do partido. Como as conferências são estratégicas, num plano de estruturação, a comunicação assim como os demais setores da vida do partido, entra na ordem do dia dos eventos. Espera-se que as conferências deliberem sobre cada área da vida partidária”.

A realização das conferências também foi debatida durante a primeira reunião deste ano do Comitê Central do PCdoB. O CC orientou que todo o partido se envolva neste amplo processo de estruturação. “Nosso partido está passando por um processo de grande expansão das suas fileiras, resultante desse momento novo que o Brasil vive de democracia, de um governo progressista, possibilidades de êxitos eleitorais e administrativos. A afluência de pessoas em nosso partido é muito grande. O que nos anima a colocar a meta de chegar ao 13º Congresso do partido em 2013 com 500 mil filiados”.

Segundo José Reinaldo o grande desafio é transformar esses filiados em efetivos militantes, fazendo com que assumam tarefas práticas no partido. No caso do PCdoB, além de militante, o objetivo é que eles se organizem nos setores vitais da luta política, de classe e social. “Precisamos de militantes em organizações de base nos setores operários, estudantil e em todas as camadas populares e intelectuais. Onde houver luta, deve haver militantes organizados do PCdoB ajudando o povo a fazer as suas lutas”.

Outra tarefa que envolve todo o partido é a elevação do nível político e ideológico dos militantes. “Queremos militantes que compreendam o alcance histórico de nossa luta. Para isso o partido como um todo está empenhado na formação política, ideológica e na elaboração de cursos. Se tivermos êxito na estruturação do partido este ano, as tarefas políticas e eleitorais de 2012 serão melhor enfrentadas”.

Comitê Central

Na próxima reunião dos dias 4 e 5 de junho o Comitê Central deverá, além de atualizar a conjuntura política e a orientação tática do partido, iniciar a discussão sobre o processo eleitoral de 2012 e ratificar as decisões adotadas nos recentes encontros setoriais: Comunicação, Organização e Sindical. “O Comitê Central vai adotar resoluções, ratificando e enriquecendo as decisões tomadas setorialmente. À medida que aprovadas pelo CC, essas resoluções passam a ter “força de lei” no partido. A reunião também dará um impulso à realização das conferências estaduais e municipais”.

Fonte: Vermelho

Governo Alckmin desqualifica provas da folha e mantém contratos suspeitos

Governo Alckmin ignora a denúncia da Folha e a apuração pela Justiça, e mantém contratos suspeitos para a construção da Linha 5 – Lilás, do Metrô: prejuízos aos cofres públicos estimados em R$ 304 milhões.

do blog Se a Rádio Não Toca

Em outubro do ano passado, o jornal Folha de S. Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/poder/820054-resultado-de-licitacao-do-metro-de-sao-paulo-ja-era-conhecido-seis-meses-antes.shtml) a suspeita de fraude na licitação de R$ 4 bilhões de reais para a linha 5 do Metrô.

A denúncia se baseou num vídeo e documento, com firma reconhecida em cartório, que anunciavam seis meses antes da conclusão da licitação os vencedores de seis lotes (3 a 8) da linha 5 – Lilás.

Após a denúncia o então governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), suspendeu a contratação das empresas vencedoras da licitação porque a Corregedoria do Estado também achou indícios de irregularidades. (www1.folha.uol.com.br/cotidiano/827663-metro-de-sp-suspende-contratos-da-linha-5-lilas-apos-denuncia.shtml) .

Vale aqui relembrar que, em 2008, ainda na gestão de José Serra, o ex-deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-SP) ingressou com ação popular na 9ª Vara da Fazenda Pública contestando o edital dessa licitação.

Entre as empresas que participariam do esquema está a Camargo Corrêa, curiosamente investigada pelo Ministério Público Federal na Operação Castelo de Areia por pagar propina para ganhar licitações públicas, entre as quais as das linhas 4 e 2 do Metrô paulista.

Outras empresas do esquema também são velhas conhecidas e participaram da construção do Rodoanel Trecho Sul, em esquema que seria operado por Paulo Preto, tal como vem sendo divulgado pela revistaÉpoca e Veja Online.

O portal R7, da Rede Record, divulgou matéria que “empresas suspeitas de fraudar a licitação pagaram R$ 5,8 milhões da campanha de Alckmin”. Doações de seis construtoras correspondem a 17% do que foi arrecadado por tucano. Só a Camargo Corrêa, que participa do consórcio vencedor do lote 3, doou R$ 2,5 milhões ao comitê financeiro de Alckmin. OAS (R$ 1 milhão), Andrade Gutierrez (R$ 500 mil), Mendes Junior (R$ 1,2 milhão), Triunfo (R$ 215 mil) e Carioca (R$ 400 mil) completam a lista de construtoras que contribuíram para Elegê-lo governador de SP.

Há também as chamadas “doações ocultas”, quando as empresas doam ao partido e estes, por sua vez, repassam às campanhas. Só ao PSDB de São Paulo foram quase R$ 6,5 milhões de empreiteiras suspeitas de fraude na licitação da linha 5. Nestes casos, porém, não há como identificar quanto desse valor foi usado na campanha de Alckmin.

Governo Alckmin mantém contratos suspeitos de causar prejuízo de R$ 304 milhões.

Apesar de todos os fatos, o governo Geraldo Alckmin, precipitadamente, validou as licitações dos sete lotes ( 2 a 8) da Linha-5 e os contratos daí decorrentes, que serão feitos por sete consórcios suspeitos de terem repartido a obra.

A decisão anunciada no dia 19 de maio de 2011 foi baseada em laudos do Instituto de Criminalística que concluíram que o documento impresso da Folha e o vídeo não são provas irrefutáveis do conhecimento prévio do resultado.

Acontece que:

1) O modelo da licitação encareceu a obra em R$ 304 milhões, informa O Estado de S. Paulo

2) A Folha de S. Paulo também contratou peritos que comprovaram a autenticidade do vídeo e que colocou o original a disposição do Metrô.

3) O Instituto de Criminalística (IC), que valida a licitação suspeita de fraude da Linha 5 do Metrô, com prejuízos estimados em R$ 300 milhões, é investigado pelo Ministério Público em diversos episódios, em razão de parcela de seus peritos serem suspeitos de venda de laudos encomendados (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080716/not_imp206700,0.php; http://sergyovitro.blogspot.com/2010/04/peritos-do-ic-sao-suspeitos-de-vender.html

De acordo com informações da operação Castelo de Areia, noticiada pelo jornal Folha de S. Paulo, houve pagamento de propina para funcionários do Instituto de Criminalística para fornecer laudos favoráveis ao consórcio Via Amarela (composto pela Alston e construtoras CBPO, OAS, Queriroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Correa) no caso do acidente do metrô em Pinheiros, que matou sete pessoas. Devemos lembrar, que a linha 4 do metrô deveria ter sido entregue em março de 2007 e só ficará pronta 4 anos e seis meses do seu prazo inicial.

Tucanos pedem até nomes de jornalistas para aprovar licitação suspeita

O governo paulista criou uma comissão para averiguar os fatos. Essa comissão, sem poder polícia, chamou vários funcionários públicos e as empresas para depor.

Em publicação no Diário Oficial Empresarial, de 12 de fevereiro de 2011, página 31, se encontra a publicação de aviso à companhia do Metrô, em que pede ao jornal Folha de São Paulo:

Diante dessas solicitações a pergunta inevitável: o que o governo queria com os nomes dos jornalistas responsáveis pela matéria? Será que os perseguir? Será que essa solicitação não é a tentativa de cercear a liberdade de a imprensa fazer o seu trabalho?

Outras perguntas ainda ficam no ar:

* Se o jornal ofereceu o original do vídeo, como afirma em reportagem, porque o governo paulista não foi buscá-lo para avaliar?

* Como o Instituto de Criminalística não aceitou o vídeo como prova, sem ter o original?

* E como ainda, sem analisar a vídeo original disponibilizado pela Folha, afirma que o vídeo não é prova definitiva e permite que uma licitação suspeita seja viabilizada?

* E se Justiça mandar suspender a licitação como fica o governo do Estado?

* O poder público vai ter de pagar indenização a essas empresas, já que o contrato foi homologado?

O governo paulista dias depois retificou esta publicação, retirando o pedido dos nomes dos jornalistas, mas o estrago já estava feito. O fato demonstra cabalmente os métodos autoritários empregados para calar a imprensa paulista.

O questionamento do vídeo é um ataque à reputação de um dos principais veículos da imprensa paulista, em pese a nossa discordância com a sua linha editorial. É inadmissível o ato de pedir nomes de jornalistas e desqualificar provas sem analisar o seu original, para viabilizar uma licitação com graves indícios de ilicitudes e que está sendo investigada pela justiça.

Alckmin para dar satisfação aos seus financiadores de campanha e evitar críticas da oposição à expansão tartaruga do Metrô disse em discurso, na inauguração da estação Butantã, que o metrô deve ser o dobro do tamanho atual, como se não tivesse sido governador anteriormente. Deste modo, os interesses imediatos do governo paulista se sobrepõem a investigação da justiça e da liberdade da imprensa.

Por tudo isso, propomos um movimento para que o processo de investigação da linha 5 do Metrô seja de domínio público. Todo o processo deve ser disponibilizado na internet para conhecimento do cidadão paulista que paga diariamente o preço da superlotação do metrô e das suas precárias condições de manutenção.

Que tal começarmos, comendo pizza em frente a sede do Metrô, para protestar contra a decisão do governador que prejudica o povo paulista?

Esperamos que o Ministério Público e Tribunal de Contas cumpram a sua obrigação constitucional e impeçam que este contrato seja assinado, sem que a Justiça conclua a sua investigação e de o seu posicionamento, visto que o Diário Oicial de21 de maio, página 40, publicou a validação da licitação.

Esperamos que ante o denunciado o TCE, a Justiça e o Ministério Público se manifestem sobre a ilegalidade do que se está fazendo e ainda esperamos que os que bradam pela liberdade de imprensa, como associações empresariais e o Instituto Milenium se manifestem, condenando o Governo do Estado.

Fonte: Vi o mundo