Esquerda Digital

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mulheres peruanas esperam reparação do Estado por esterilização forçada


Por Bruna Rosa

Com a posse de Ollanta Humala, as mulheres peruanas cobram do Estado a reparação por crimes sexuais e esterilização forçada, práticas comuns durante a década de 80 e 90.

Lima (Peru) - No segundo turno das eleições peruanas, quando se enfrentavam Ollanta Humala e Keiko Fujimori, o movimento feminista peruano realizou protestos quase que diários contra o voto em Keiko.

A eleição da filha de Alberto Fujimori, presidente do Peru durante a década de 90, representava não só o retorno o retorno do conservadorismo extremo no país como a garantia da impunidade de um governo que promoveu a esterilização forçada de milhares de peruanas pobres com o “objetivo” de eliminar a pobreza no país.

Segundo dados do Ministério da Saúde do Peru, 300 mil esterilizações foram realizadas entre os anos de 1996 e 1997 no Programa Nacional de Esterilização. Durante todo estes anos, o Ministério Público do Peru adiou as investigações e recentemente arquivou a denuncia de mais de duas mil mulheres.

Como a justiça nacional não cuidou do caso, a Corte Interamericana está avaliando as denúncias de esterilização forçada e agora, com a eleição de Ollanta Humala, os movimentos feministas esperam que o assunto também seja parte do novo governo.

Caso condenado, pela Corte Interamericana, o governo peruano será obrigado a assumir a indenização das milhares de mulheres esterilizadas contra sua vontade.

Porém, para a organização social Demus, o novo governo deve ir além da reparação dos crimes ligados à esterilização, ampliando o seu entendimento. Para a organização, entre 1980 a 2000 a guerra interna que assolou o país fez entre suas principais vítimas as mulheres, que sofreram uma série de crimes, entre eles a violência sexual. “O Estado, atualmente, não especifica as vítimas de violência sexual, deixando de lado as prejudicadas por esse tipo de violência”, denuncia a socióloga do movimento Yessenia Casani Castillo.


Fonte: Rede Brasil Atual

Nenhum comentário: