Esquerda Digital

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cutrale além de aliciar trabalhadores cobra refeição

Envolvida em constante disputa judicial por aquisição ilegal de terras griladas na cidade de Iaras, São Paulo, a Cutrale agora é flagrada pelas condições subumanas com que trata seus trabalhadores.
Fiscais do Ministério do Trabalho encontraram irregularidades no alojamento de colhedores de laranja em Itatinga, São Paulo, que foram trazidos do Maranhão para trabalhar em uma fazenda da Cutrale.
Alguns trabalhadores foram ouvidos pelos fiscais do Ministério Público. Em seguida, foi realizada uma fiscalização no alojamento que fica em Itatinga. Mais de 20 homens vivem espalhados na casa de um prédio antigo, onde só há um banheiro com chuveiro aquecido.
Procuradores estiveram no alojamento da Cutrale em Itatinga, no centro-oeste paulista, e vistoriaram a casa, checaram documentos e conversaram com os trabalhadores do Maranhão. Os responsáveis pela alimentação dos funcionários também foram ouvidos.
Além das más condições do alojamento, os trabalhadores reclamam que pagam R$ 12 por dia pela alimentação, mas antes de virem a São Paulo, o valor acertado, segundo eles, era de R$ 1,25. Para Luis Henrique Rafael, promotor de Justiça do Trabalho, os trabalhadores foram aliciados, o que é crime.
As 32 pessoas chegaram a São Paulo no final de agosto. Dez deles fizeram empréstimo bancário para pagar a passagem de volta e retornaram no começo da semana. Outros 22 continuaram no alojamento.
Dois representantes da Cutrale estiveram no local e conversaram com os procuradores. Em nota, a empresa informa que já que está providenciando a rescisão de contrato dos trabalhadores que querem voltar para casa e que todos vão receber os direitos trabalhistas previstos em lei.
Ainda segundo a empresa, os funcionários contratados para a colheita de laranja são registrados em carteira e o acerto de contas deve ser finalizado ainda esta semana.

Com Agências de Notícias

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